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sábado, 19 de maio de 2018

Cabo Verde, São Vicente

Cabo Verde é um país insular num arquipélago formado por 10 ilhas vulcânicas no Oceano Atlântico, a 570 quilómetros da costa da África Ocidental. Ao norte, as ilhas de Barlavento: Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia (desabitada), São Nicolau, Sal e Boavista; ao sul, as ilhas de Sotavento: Maio, Santiago, Fogo e Brava. Nesta viagem visitei apenas 3 das ilhas: São Vicente, Santo Antão e Sal. Explorei as duas primeiras com quatro amigos de Braga (que conhecera no Nepal), em abril de 2018.


Os exploradores portugueses descobriram e colonizaram as ilhas desabitadas no século XV. O arquipélago prosperou e atraiu corsários e piratas, como Sir Francis Drake, na década de 1580. As ilhas também foram visitadas pela expedição de Charles Darwin em 1832. No momento da sua independência de Portugal, em 1975, os cabo-verdianos emigraram para todo o mundo. A economia do país é focada no crescente turismo e em investimentos estrangeiros, que beneficiam do clima quente o ano todo, da paisagem diversificada e da riqueza cultural, especialmente a música. Enquanto que o crioulo é a língua materna de quase toda a população, o português é a língua oficial. A moeda oficial é o Escudo Cabo-Verdiano, mas o euro é aceite em todo o lado. Basta viajar para o país munido de passaporte e pagar 25€ pelo visto à chegada ao aeroporto.

SÃO VICENTE

A ilha foi descoberta no dia de São Vicente (22 de Janeiro) de 1462, pelo navegador português Diogo Gomes, escudeiro do infante D. Fernando.
A Baía do Porto Grande, um porto natural de águas profundas formado pela cratera submarina de um vulcão com cerca de 4 km de diâmetro, permitiu o desenvolvimento e a prosperidade da cidade do Mindelo. O Ilhéu dos Pássaros, com 82 metros de altitude e que hospeda um pequeno farol, sinaliza a outra extremidade da cratera.
O porto serve de escala transatlântica para navios de todas as nacionalidades e marinheiros de todo o mundo confraternizam nas tabernas e nos cafés da cidade que se tornou um centro cultural importante.
Mindelo é o resultado de duas grandes influências, a colonial portuguesa e a britânica, denunciadas ao virar de cada esquina. Destacam-se o antigo Palácio do Governador (que alberga um Museu), a Câmara Municipal, a Pracinha da Igreja, a Avenida Marginal com a réplica da Torre de Belém de Lisboa (Museu do Mar), o Fortim d'el-Rei (a ser convertido em complexo turístico), a Alfândega Velha – hoje Centro Nacional de Artesanato.
Outros locais de passagem obrigatória para sentir a alma desta cidade são a Praça Amílcar Cabral, a Praça da Independência, a Praça da Estrela, o mercado de peixe e o mercado de frutas e legumes.
De visitar também o Núcleo Museológico Cesária Évora, inaugurado em 2015, na casa do artista, e o cemitério onde jaz a “Diva dos Pés Descalços” falecida em dezembro de 2011.
A tasca Pica Pau ganhou fama entre os restaurantes locais e aí degustámos a lagosta ao natural recomendada pelo sr. Lima. E se for acompanhada por um bom vinho como o da Ilha do Fogo, melhor ainda.
Outros pratos típicos são confecionados à base do milho e do feijão, da batata doce e da mandioca. As iguarias incluem: a cachupa, o xerém, o caldo de peixe, a canja, os pastéis de milho, os queijos com doce de papaia, os doces de coco, a açucrinha, as filhós. Entre os peixes destaca-se a garoupa, o serrano, o esmoregal, a moreia, o bidião. A bebida típica do país é o grogue, aguardente de cana e há ponches de vários sabores, como por exemplo, mel, coco, goiaba, chocolate, tamarindo, etc.
A cidade tem uma vida noturna fervilhante e há imensos bares onde se pode descobrir a riqueza e diversidade da música cabo-verdiana com mornas, coladeras, funanás e kizombas, bem como testemunhar a atmosfera única e divertida da cidade.


Alugar um carro é o modo mais prático para visitar esta ilha de 227 km² e com 24 km de extensão. Começámos pelo Monte Verde, o ponto mais alto com 774 m de altitude. O Monte oferece vistas panorâmicas sobre a baía de Mindelo e a parte oriental da ilha, Salamansa e a Baía das Gatas, para onde nos dirigimos em seguida.
Baía das Gatas é uma praia de areia branca famosa pela piscina natural que aqui se formou. A localidade é também conhecida pelo Festival de Música da Baía das Gatas que se realiza anualmente, em agosto. Razões que justificam os projetos de requalificação que estão em curso na zona, podendo admirar-se as bonitas pinturas das habitações sociais.
Admirámos o fantástico areal da Praia Grande, que também atrai muitos turistas, e fomos almoçar ao Calhau, uma pequena aldeia com um porto de pesca e uma praia frequentada pelos locais para a prática de surf e bodyboard.
A ilha tem um aspeto árido, estando quase totalmente despida de vegetação, e são ainda visíveis cones vulcânicos e antigas crateras de vulcões como é o caso do vulcão Viana, no leste da ilha.
São Pedro é uma pequena aldeia piscatória situada a 7 km a sudoeste da cidade do Mindelo. Os ventos constantes tornaram-na numa praia reputada para a prática do windsurf. A nordeste da aldeia localiza-se o Aeroporto Internacional Cesária Évora que serve a ilha.
A excelente localização da Residencial Arla, junto à Baía do Porto Grande do Mindelo, onde ficámos alojados, permite o acesso fácil e rápido, a pé, tanto ao centro da cidade como ao porto onde apanhámos o barco para a vizinha ilha de Santo Antão.
De salientar que a simpatia e disponibilidade da gerência, amigos de amigos, nos facilitou o planeamento do itinerário para esta ilha. Recomenda-se!


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